quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Pela liberdade de informação

Sempre apoiei a idéia de que toda e qualquer informação deve ser de fácil acesso a todos. E hoje é um dia para defender isso.

http://en.wikipedia.org/wiki/Wikipedia:SOPA_initiative/Learn_more
www.sopastrike.com

Não tirarei o blog do ar hoje, mas compartilho essa mensagem de apoio.

domingo, 20 de novembro de 2011

Sentido

Hoje serei breve, e deixarei as reflexões a cargo dos leitores, fazendo uso de um trecho de um texto e uma frase.

"O que faz nossas vidas terem sentido é acharmos que as atividades que fazemos valem a pena. Nossa determinação para levar adiante projetos que criamos para nós mesmos dá sentido às nossas vidas. Sentimos que a vida é inútil quando a maior parte dos desejos que julgamos importantes é frustrada. Achar nossa vida importante ou não depende de quais objetivos importantes são frustrados. O julgamento que fazemos de nossas vidas nestes pontos é igualmente independente de a vida ser ou não eterna ou de ela fazer ou não parte de um propósito maior. Talvez o segredo de uma vida com sentido seja dar importância a aqueles objetivos que podemos atingir e minimizar aqueles que não podemos — desde que saibamos a diferença entre eles."

(Keith Augustine, em "A morte e o Sentido da Vida")

"Things that go wrong are often more noticeable than things that go right"

(Paul Gilbert)

Até mais.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O imponderável existe.

Olá novamente.


Depois de quase um ano e meio, resolvi retomar os trabalhos por aqui. Não posso mais culpar a falta de tempo por isso - estive refletindo bastante durante esses últimos dias e concluí que nunca terei tempo para fazer tudo o que quero, infezlimente. É uma utopia muito grande pensar que poderemos ter o aproveitamento completo das 168 horas contidas em cada semana planejando-a completamente e não esperar que nada se desvie daquilo que foi previsto. Nem mesmo se cada dia tivesse mais horas, e cada semana tivesse mais dias, e cada mês mais semanas, e cada ano mais meses. Isso nunca seria possível. O tempo sempre será algo muito curto pelo menos para mim.
Tive a oportunidade de aprender novas coisas durante esse período em que estive ausente, mas infelizmente me dei conta de que constantemente estou me esquecendo de algumas dessas lições com uma certa frequência. E mais infelizmente ainda, reafirmo que algumas coisas só aprendemos através da dor. Não sei dizer com certeza se devo ficar feliz por ter amadurecido meu conhecimento passando por situações completamente indesejáveis, ou se devo ficar triste em saber que ainda restam muitas outras pelas quais terei de passar.
Dentro desse novo aprendizado, destaca-se a noção da existência do imponderável. Talvez eu sempre tivesse a certeza da sua presença, mas em nenhum outro momento ele me incomodou tanto como agora - e isso me fez perceber o quão importante é sabermos que todo e qualquer planejamento sobre o futuro estará sujeito à interferência de fatores incontroláveis. Com isso não desprezo minha "esperança pessimista" citada em outras reflexões. Admito ter ficado tão preocupado em planejar todos os instantes de tempo ao meu dispor que me esqueci de pensar no que aconteceria caso algo desse errado. E, como era de se esperar, o futuro se mostrou diferente daquilo que eu planejei. E com isso perdi mais tempo do que se tivesse planejado algo.
Diante desse erro, eu me questiono de maneira incansável. "Será que estou me desprendendo de certos valores, os quais considerava fundamentais? E por que isso estaria acontecendo?". Não consigo pensar em boas respostas. E ainda outras perguntas, talvez menos importantes, mas em grande quantidade, continuam surgindo a cada instante. Estou começando a acreditar que preciso rever alguns conceitos, para que possa me adaptar a essa realidade. Não pretendo chamá-la de nova, porque ela sempre existiu e eu simplesmente a ignorei.
Contudo, não pretendo descartar completamente meu planejamento e ficar exposto à sorte do imponderável (gostaria muito de falar sobre sorte e azar em alguma reflexão, mas acho que ainda não é o momento). Preciso refazer meus planos e colocar as idéias em ordem. Acredito que voltar a escrever aqui vai me ajudar, no mínimo, a organizar meus pensamentos.
Por enquanto, encerrarei esse devaneio aqui. Na próxima reflexão, pretendo escrever sobre limitações. Mas devo estar atento à ação do imponderável, então não farei disso uma promessa. Peço desculpas aos leitores se esse texto estiver muito prolixo. Assim estão minhas idéias, e também faz muito tempo que não escrevo algo parecido. Algo em torno de um ano, talvez. Também peço desculpas se esse texto não agrega muito valor a você, leitor. Mas ele é necessário para que eu possa buscar um pouco de paz na minha mente.

Até mais.


quinta-feira, 15 de julho de 2010

Tempo

Saudações.

Novamente, depois de longos meses, tive meus planos de continuar novamente postando aqui frustrados pela falta de tempo. E aliás, o tempo (ou a falta dele) não foi responsável por somente a minha ausência. Nesse último período passei por novas experiências (as quais terão devaneios reservados que talvez mais tarde sejam publicados por aqui) que requeriam muito tempo para que fossem executadas de acordo com meu planejamento. Mas infelizmente, faltou tempo. Faltou muito tempo. Por isso, reservo este devaneio para refletir sobre o tempo - essa coisa inconstante, e abstrata, e tão difícil de se saber usar em nossas vidas.
"Medida de duração dos seres sujeitos à mudança da sua substância ou a mudanças acidentais e sucessivas da sua natureza, apreciáveis pelos sentidos orgânicos" -É uma das várias formas como o dicionário o define.
Refletindo bastante, observamos que duração das coisas é um tanto quanto relativa. Podemos pensar nessa duração de uma maneira concreta, como o quanto as coisas demorar para acontecer, ou o quanto elas demoram para "terminar de acontecer". Seria interessante imaginarmos isso de uma maneira mais abstrata, tão abstrata quanto o próprio tempo é. A duração dos acontecimentos só faz sentido se os comparamos com outros. Por isso que o tempo é tão relativo.

Existem momentos de nossas vidas que nos gostaríamos que tivessem uma duração maior, e outros momentos, uma duração menor. Alguns deles não precisavam ter começado, enquanto que outros poderiam ter começado mais cedo, e ainda outros poderiam ter acontecido mais tarde. Contudo, será que é possível organizar todos esses momentos e fazê-los com que eles tenham a duração que nós desejamos? Talvez. Podem pensar que eu esteja me contradizendo, afinal acabei de afirmar em algumas linhas acima que estava sem tempo, e afirmando que isso possa ser possível, então eu não teria justificativas para ficar sem tempo. Mas isso não é possível no plano concreto. Somente nos pensamentos de nossas mentes. Nos devaneios dos sonhos. Lá revivemos situações, criamos outras, de maneira inconsciente, e de alguma forma às vezes elas se materializam perfeitamente. Outras vezes, elas ocorrem de forma totalmente oposta. E no final, descobrimos que tudo aquilo que ocorreu não durou tanto tempo assim. Aliás, talvez não tenha durado tempo algum.

Ainda não sou capaz de pensar em como representar o tempo no meu ''plano de papel'' ao qual sempre me refiro nos devaneios (caso você esteja perdido(a), começe a ler os posts a partir do primeiro... vai levar bastante tempo pra você chegar aqui, mas talvez possa valer a pena) - aquele em que escrevemos nossas vidas com traços em um espaço infinito, de olhos fechados. Acho que o comprimento do traço talvez não seja uma forma tão significativa para representar o tempo, afinal o plano não localiza os pontos em uma sequência lógica, o que impede definir a duração das coisas por uma sequëncia de pontos. Talvez isso seja muito difícil de se imaginar, mas talvez não seja necessário gastar reflexões sobre isso. Pelo menos por enquanto.

Às vezes gostaria de voltar no tempo. Desfazer algumas coisas e fazer outras, muitas vezes imagino que talvez eu possa ter obtido um bom proveito do que fiz, mesmo tendo cometido erros, porque podemos aprender muito com eles. Um dia pretendo falar sobre erros. No entando, isso também fica para outra vez.

Não pretendo consumir muito mais o tempo dos leitores. Então pretendo terminar por aqui. Esse não foi um devaneio muito claro, e talvez não tenha sido matéria para boas reflexões, embora tenha sido necessário. Só encerro manifestando minha inveja daqueles que controlam bem o próprio tempo na vida real. Para essas pessoas, talvez tudo não seja possível, mas elas estão em um patamar acima de muitas pessoas, dentre as quais eu me incluo.

Despeço-me pedindo desculpas pela digressão e pelos erros (e por repetir tanto a palavra tempo), mais uma vez. Ironicamente, escrevi isso um pouco depressa e não tive muito tempo para revisar o texto.

Até o proximo devaneio.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Retorno para avaliar o passado

Saudações a todos.


Depois de pouco mais de sete meses sem escrever nada por aqui, volto para esclarecer a ausência e tentar de alguma forma descrever tudo o que se passou nesses útlimos tempos de uma forma bem rápida. Primeiro, gostaria de relembrar que a situação em que eu me encontrava no ano passado exigia uma dedicação muito grande, que acabou por me custar muito caro, a ponto de abdicar de muitas coisas, dentre as quais encontrava-se o tempo que eu reservava para escrever sobre os devaneios, fazendo com que eu interrompesse as atividades desse espaço sem dar nenhuma satisfação para ninguém. Fico feliz que agora seja possível poder dar continuidade ao que havia sido interrompido.

Contudo, devo salientar que mudei os planos. Não pretendo mais discutir tão amplamente aquela temática de sacrifícios com a qual me importava tanto no passado, e sim apresentar os resultados dela, atentando para alguns detalhes, os quais serão expostos futuramente. Os sacrifícios e provações valeram a pena. As coisas não seguiram perfeitamente meus planos, mas acabaram satisfatoriamente, o que me faz voltar a pensar na representação da folha de papel em que traçamos as linhas de nossas vidas. A partir disso pude vivenciar que as linhas tomam rumos inesperados, mas que podem passar por pontos pelos quais gostaríamos de passar.

Agora posso ver claramente que meus verdadeiros anos de aprendizado não tinham se iniciado ainda, e essa época da minha vida, a qual fui submetido a vários testes para iniciar essa jornada que me aguarda agora, era só um treino. Aquela fase de aprendizado a qual eu me questionava se estava no fim ou no início precisava ser revisada. E tenho a felicidade de ter conseguido passar por tudo isso mais uma vez, dentro de um contexto diferente, conhecendo novas pessoas, que me ajudaram muito, e enfrentando novas dificuldades, responsáveis por deixar minha mente mais forte diante de uma rotina de grande esforço e dedicação. E eu tenho certeza de que se tivesse que passar por essa jornada de novo, mesmo que ela fique cada vez mais difícil a medida que se repete, eu seria capaz de passar por cada pedaço dela outra vez, por mais sofrimentos que isso pudesse me causar, e iria aprender muito mais. Todas as voltas que foram dadas ao redor de um ponto tão visado (o qual eu ainda não posso chamar de sonho, porque ele é apenas uma parte dele) tiveram o intuito de me deixar mais preparado. Voltando ao plano de papel, eu diria que consegui abrir meus olhos e ver que o desenho fazia sentido.

E apenas concluindo as reflexões sobre os sacrifícios - ou tentando dar uma pequena conclusão para algo que eu não me sinto capaz de finalizar ainda - ressalto que ainda tenho dúvidas sobre algumas decisões que tomei. Sei que consegui dizer "eu sacrifico" e consegui deixar muitas coisas de lado, mas sobre alguns pontos imagino o que teria acontecido caso eu não o tivesse feito. Algumas coisas poderiam ser diferentes, e talvez isso me trouxesse um resultado melhor, e ao mesmo tempo vejo que sacrificar até mesmo partes de um sonho foi um mal necessário. Acredito que preciso de mais um pouco de tempo para ponderar tal situação.

Por fim, sinto ter vencido a desventura. Acredito que " aquilo que faz a felicidade do homem tem que se tornar também a fonte de sua desventura", porque a felicidade só é alcançada em toda a sua excelência caso tenhamos provado os desgostos que essa fonte pode nos propiciar. E isso é o que torna tão difícil alcançar essa felicidade: o fato de sermos obrigados a conviver com uma tristeza para desfrutar dela. Talvez essa seja uma nova resposta para um antigo questionamento meu.

Agradeço a todos que estiveram por todo esse tempo contribuindo com seus pensamentos para que eu conseguisse forças para obter êxito sobre as dificuldades pelas quais passei, e espero poder retribuir da mesma forma. Peço desculpas se esse devaneio está confuso (e provavelmente com alguns erros de coesão) mas precisava escrever muitas coisas de uma forma rápida, de maneira que a minha memória não falhasse e eu acabasse por omitir pontos relevantes para essa reflexão. Espero continuar em breve, mas por hora, despeço-me aqui.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Primeiras conclusões

Caros leitores e leitoras,

Peço a compreensão de todos com a minha ausência nas postagens. Infelizmente, tive que abdicar dos meus devaneios por um tempo para lidar com outras preocupações. Mas acredito que durante esse mês conseguirei compensar o tempo que passei sem escrever nada por aqui.

A fim de que seja possível relembrar a todos sobre os pensamentos passados, vez gostaria de retomar todas as reflexões anteriores e juntar algumas conclusões a partir da reunião de todas elas, apresentadas de uma forma mais rápida, antes de iniciar uma nova fase de reflexões.

(Para que esse devaneio faça algum sentido para alguém que porventura tenha iniciado o acompanhamento dessas reflexões agora, sugiro que não o leia ainda, e comece com as primeiras reflexões. Não se preocupe em ler todas agora, o que eu acho algo bem difícil de se fazer, mas procure aproveitar cada devaneio para fazer suas próprias reflexões, o que exige tempo.)

E aqui estão minhas primeiras conclusões depois desse período de reflexão, feitas através de uma forma mais pontual:

- Os anos de aprendizado ainda não se encerraram. E eu me sinto satisfeito com isso. Durante esse semestre vivenciei situações novas e muito proveitosas, que com certeza serviram para me preparar de uma forma melhor para o futuro. Ainda sou incapaz de saber se os anos de aprendizado chegarão ao fim.

- Quanto à esperança - a minha esperança de acreditar que seria possível tentar de novo - confirmei que ela realmente existe. E não importa se o contexto muda, se as coisas se tornam mais difíceis ou fáceis, existe uma forma de se fazer com que as coisas terminem de um modo diferente daquele que se imagina quando nos deparamos com o inesperado. Se elas deram certo ou errado, eu realmente não sei. Discutir isso é algo que, dentro da minha maneira de ver as coisas, limita-se aos que acreditam no outro tipo de esperança - aquela que sempre imagina que tudo termina bem. E isso é algo que eu me distancio cada vez mais com o passar do tempo.

- A minha visão sobre o "plano de papel" se expandiu à medida que eu me deparei com novas situações. Talvez ainda não seja tempo de tirar conclusões precisas sobre isso, mas estou certo de que essa forma de ver o destino nunca fez tanto sentido para mim. E eu passei a acreditar que exercemos uma influência muito forte sobre o destino dos outros, e quase sempre não percebemos isso. Basta se dar conta de que nessa ótica, todos nós desenhamos na mesma folha - e o mais imoportante - estamos fazendo isso de olhos fechados. Reservo mais discussões sobre isso para um futuro próximo.

- Insisto em alertar que devemos pensar muito antes de fazer escolhas. De todos os tipos. Justamente pelo fato de que essas escolhas não afetam apenas uma pessoa, por menores que elas sejam. Fazendo isso também é possível aproveitar mais as oportunidades - embora isso possa ser meio contraditório, já que algumas escolhas devem ser feitas com rapidez, pois às vezes a demora para decidir leva à uma escolha involuntária. E mesmo tendo sofrido bastante com escolhas involuntárias causadas pela demora para decidir, ainda acredito que vale a pena pensar bem antes de agir.

- Sobre os sonhos, não posso me prolongar muito, pois ainda é necessário muito espaço para tomar todas as conclusões necessárias sobre eles. Mas por enquanto, volto a concordar com Fausto: "Como é tão difícil às asas de nossa alma aliarem-se as asas da matéria" - e refletindo um pouco sobre as idéias de Platão, e e utilizando suas teorias de forma muito superficial, eu cheguei à conclusão de que os sonhos são ligação da matéria com a nossa alma... são a perspectiva de tornar feliz o espírito - que habita o mundo das idéias - através das coisas que habitam o mundo sensível.

- A desventura prevalesce, infelizmente. Ela é uma manifestação dos sentimentos de quando sou atingido pela fraqueza que é inerente de todos os seres humanos, e que me faz concluir que sou apenas mais um humano, com tantas limitações, defeitos e angústias como tantos outros. Contudo, eu consegui admitir isso, o que talvez me faça diferente de muitos que não o fizeram. Reconheço boas virtudes nos seres humanos, e tive a felicidade de encontrar pessoas pelas quais tive profunda admiração por ver o que elas conseguiram fazer a partir de coisas aparentemente muito simples, mas que no final se tornaram verdadeiros atos heróicos. Queria eu ter feito durante todos esses anos de minha vida uma mínima parte do que elas fizeram.

- Quanto aos sacrifícios, creio que eles acabaram por constituir o meu maior problema. Visualizo minhas limitações ao ver que fui incapaz de controlar minha própria vontade, e misturando o inteligível com o sensível, não soube dizer ''eu sacrifico''. Isso não me custou o meu sonho, mas interferiu profundamente na minha vida. Como as próximas reflexões serão iniciadas por essa temática, encerro por aqui os comentários sobre sacrifícios.

E assim também encerro essa primeira parte de reflexões. Acredito ter encontrado muitas respostas para perguntas que pairavam sobre a minha cabeça, e encontrei muitas outras perguntas que ainda precisam ser respondidas. Agradeço a todos os que me acompanharam, com muita paciência nessas reflexões, as quais vocês também foram responsáveis por gerar mais idéias e caminhos para encontrar as respostas que eu procurava. Ficaria muito feliz se vocês continuassem a ler os próximos devaneios , que podem ser digressivos e dispersos para alguns, mas que fazem muito sentido para mim.


segunda-feira, 4 de maio de 2009

Sacrifícios

Olá, para quem ainda encontra disposição para ler e refletir sobre devaneios de uma mente que se desgasta com o passar do tempo.

Aquelas reflexões sobre sonhos voltaram a ocupar minha mente e por isso volto a discuti-las aqui, com um caráter mais direcionado que o normal. Gostaria de me ater aos questionamentos sobre uma dúvida que se tornou incessante nos últimos tempos, relacionada às coisas que temos que abdicar para alcançar os sonhos. Vale mesmo a pena sacrificar tudo o que se obteve com tanto esforço em nome de um único sonho, e desistir de outras tentadoras coisas que acabaram por cruzar com sua vida nesse caminho?

Retomando citações passadas, que talvez não tenham interessado a ninguém...

"[...] não há momento em que você não seja um destruidor, em que não tenha de sê-lo; o passeio mais inocente custa a vida de milhares de pobres insetos, um passo arruina o penoso trabalho das formigas e empurra um pequeno mundo para um túmulo infame."

... começo a refletir sobre a minha própria condição, e chego a primeira importante conclusão para que seja possível responder ao meu questionamento inicial com todas os devaneios - quem sou eu. A resposta aparece novamente em poucas palavras: eu sou, assim como todos nós somos (ou temos de ser), um destruidor. Do quê? De pequenos outros sonhos construidos enquanto tentava alcançar uma meta a qual se torna cada vez menos motivadora com o passar dos dias

Por uma única vez senti que havia alcançado algo que eu lutei muito pra obter. E embora as coisas não tenham acontecido da forma que eu havia planejado (o que hoje já se tornou uma rotina a ponto de eu planejar as ações sobre as coisas que dão errado) senti uma enorme satisfação que palavras dificilmente seriam capazes de descrever. Eu me pergunto, todos os dias, se voltarei a rever essa sensação de contentamento ao chegar ao fim da jornada pela qual estou passando, e poder ser capaz de avaliar se o peso dos sacrifícios foi menor que o das recompensas obtidas.

Eu sinto que o lado da balança dos sacrifícios começou a pesar mais nos últimos tempos, e que eu estou em um estágio muito próximo da renúncia total em nome de um único sonho. Não sei se estou me aproximando dele, mas sei que quanto maiores os sacrifícios, maior é a sensação de incerteza que toma conta de mim. O que de um ponto de vista racional aumenta as chances de alcance do sonho ao abdicar de todas as outras coisas aumenta a incerteza do sucesso ao mesmo tempo, de forma extremamente irônica. Nesse nível, as chances de voltar atrás são impossíveis. Começo a perceber que será impossível resgatar o passado, com exceção de algumas coisas que ainda constituem saudosas memórias dele. Começo a contar os dias para o fim de tudo isso, e ao mesmo tempo continuo batalhando continuamente para isso.

Espero ter a oportunidade de continuar com as reflexões, e mais importante, que existam pessoas que estejam compartilhando isso tudo, e que pelo menos seja possível terminar uma parte desse aprendizado que consigo com elas, antes de um dos útlimos sacrifícios: o dos devaneios.

E Encerrando, questiono mais uma vez: Vale a pena?