quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O imponderável existe.

Olá novamente.


Depois de quase um ano e meio, resolvi retomar os trabalhos por aqui. Não posso mais culpar a falta de tempo por isso - estive refletindo bastante durante esses últimos dias e concluí que nunca terei tempo para fazer tudo o que quero, infezlimente. É uma utopia muito grande pensar que poderemos ter o aproveitamento completo das 168 horas contidas em cada semana planejando-a completamente e não esperar que nada se desvie daquilo que foi previsto. Nem mesmo se cada dia tivesse mais horas, e cada semana tivesse mais dias, e cada mês mais semanas, e cada ano mais meses. Isso nunca seria possível. O tempo sempre será algo muito curto pelo menos para mim.
Tive a oportunidade de aprender novas coisas durante esse período em que estive ausente, mas infelizmente me dei conta de que constantemente estou me esquecendo de algumas dessas lições com uma certa frequência. E mais infelizmente ainda, reafirmo que algumas coisas só aprendemos através da dor. Não sei dizer com certeza se devo ficar feliz por ter amadurecido meu conhecimento passando por situações completamente indesejáveis, ou se devo ficar triste em saber que ainda restam muitas outras pelas quais terei de passar.
Dentro desse novo aprendizado, destaca-se a noção da existência do imponderável. Talvez eu sempre tivesse a certeza da sua presença, mas em nenhum outro momento ele me incomodou tanto como agora - e isso me fez perceber o quão importante é sabermos que todo e qualquer planejamento sobre o futuro estará sujeito à interferência de fatores incontroláveis. Com isso não desprezo minha "esperança pessimista" citada em outras reflexões. Admito ter ficado tão preocupado em planejar todos os instantes de tempo ao meu dispor que me esqueci de pensar no que aconteceria caso algo desse errado. E, como era de se esperar, o futuro se mostrou diferente daquilo que eu planejei. E com isso perdi mais tempo do que se tivesse planejado algo.
Diante desse erro, eu me questiono de maneira incansável. "Será que estou me desprendendo de certos valores, os quais considerava fundamentais? E por que isso estaria acontecendo?". Não consigo pensar em boas respostas. E ainda outras perguntas, talvez menos importantes, mas em grande quantidade, continuam surgindo a cada instante. Estou começando a acreditar que preciso rever alguns conceitos, para que possa me adaptar a essa realidade. Não pretendo chamá-la de nova, porque ela sempre existiu e eu simplesmente a ignorei.
Contudo, não pretendo descartar completamente meu planejamento e ficar exposto à sorte do imponderável (gostaria muito de falar sobre sorte e azar em alguma reflexão, mas acho que ainda não é o momento). Preciso refazer meus planos e colocar as idéias em ordem. Acredito que voltar a escrever aqui vai me ajudar, no mínimo, a organizar meus pensamentos.
Por enquanto, encerrarei esse devaneio aqui. Na próxima reflexão, pretendo escrever sobre limitações. Mas devo estar atento à ação do imponderável, então não farei disso uma promessa. Peço desculpas aos leitores se esse texto estiver muito prolixo. Assim estão minhas idéias, e também faz muito tempo que não escrevo algo parecido. Algo em torno de um ano, talvez. Também peço desculpas se esse texto não agrega muito valor a você, leitor. Mas ele é necessário para que eu possa buscar um pouco de paz na minha mente.

Até mais.