segunda-feira, 4 de maio de 2009

Sacrifícios

Olá, para quem ainda encontra disposição para ler e refletir sobre devaneios de uma mente que se desgasta com o passar do tempo.

Aquelas reflexões sobre sonhos voltaram a ocupar minha mente e por isso volto a discuti-las aqui, com um caráter mais direcionado que o normal. Gostaria de me ater aos questionamentos sobre uma dúvida que se tornou incessante nos últimos tempos, relacionada às coisas que temos que abdicar para alcançar os sonhos. Vale mesmo a pena sacrificar tudo o que se obteve com tanto esforço em nome de um único sonho, e desistir de outras tentadoras coisas que acabaram por cruzar com sua vida nesse caminho?

Retomando citações passadas, que talvez não tenham interessado a ninguém...

"[...] não há momento em que você não seja um destruidor, em que não tenha de sê-lo; o passeio mais inocente custa a vida de milhares de pobres insetos, um passo arruina o penoso trabalho das formigas e empurra um pequeno mundo para um túmulo infame."

... começo a refletir sobre a minha própria condição, e chego a primeira importante conclusão para que seja possível responder ao meu questionamento inicial com todas os devaneios - quem sou eu. A resposta aparece novamente em poucas palavras: eu sou, assim como todos nós somos (ou temos de ser), um destruidor. Do quê? De pequenos outros sonhos construidos enquanto tentava alcançar uma meta a qual se torna cada vez menos motivadora com o passar dos dias

Por uma única vez senti que havia alcançado algo que eu lutei muito pra obter. E embora as coisas não tenham acontecido da forma que eu havia planejado (o que hoje já se tornou uma rotina a ponto de eu planejar as ações sobre as coisas que dão errado) senti uma enorme satisfação que palavras dificilmente seriam capazes de descrever. Eu me pergunto, todos os dias, se voltarei a rever essa sensação de contentamento ao chegar ao fim da jornada pela qual estou passando, e poder ser capaz de avaliar se o peso dos sacrifícios foi menor que o das recompensas obtidas.

Eu sinto que o lado da balança dos sacrifícios começou a pesar mais nos últimos tempos, e que eu estou em um estágio muito próximo da renúncia total em nome de um único sonho. Não sei se estou me aproximando dele, mas sei que quanto maiores os sacrifícios, maior é a sensação de incerteza que toma conta de mim. O que de um ponto de vista racional aumenta as chances de alcance do sonho ao abdicar de todas as outras coisas aumenta a incerteza do sucesso ao mesmo tempo, de forma extremamente irônica. Nesse nível, as chances de voltar atrás são impossíveis. Começo a perceber que será impossível resgatar o passado, com exceção de algumas coisas que ainda constituem saudosas memórias dele. Começo a contar os dias para o fim de tudo isso, e ao mesmo tempo continuo batalhando continuamente para isso.

Espero ter a oportunidade de continuar com as reflexões, e mais importante, que existam pessoas que estejam compartilhando isso tudo, e que pelo menos seja possível terminar uma parte desse aprendizado que consigo com elas, antes de um dos útlimos sacrifícios: o dos devaneios.

E Encerrando, questiono mais uma vez: Vale a pena?