quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Seria esse o início ou o fim dos anos de aprendizado?

Olá,
Acho que finalmente conseguirei dar início a essa idéia de tentar expressar as tormentas da minha mente. Para você, leitor(a) desse espaço, entenda (ou tente entender) que neste lugar não serão encontradas respostas sobre muitas coisas, mas sim inúmeras perguntas, que não necessariamente precisam ser respondidas. Nessa dimensão de pensamentos, a qual não gosto de chamar de sonho (visto que essa palavra remete ao menos para mim um outro significado que em alguma hora descreverei por aqui) , mas de devaneio, um verdadeiro reflexo da imaginação que se perde nas nuvens da mente tempestuosa, procuro através do registro das coisas buscar compreendê-las com uma análise mais profunda. Em outras palavras, vou tentar descobrir e aprender qual é o intuito de ter tantos pensamentos aleatórios que reunidos tornam-se tão confusos.
Depois dessa breve explicação, transcrevo um excerto que possui algumas palavras que serão grande fruto para reflexões:

“Longa é a arte, breve a vida, difícil o juízo, fugaz a ocasião. Agir é fácil, difícil é pensar. Incômodo é agir de acordo com o pensamento. Todo começo é claro, os umbrais são o lugar da esperança. O jovem se assombra, a impressão o determina, ele aprende brincando, o sério o surpreende. A imitação nos é inata, mas o que se deve imitar não é fácil de reconhecer. Raras as vezes onde se encontra o excelente, mais raro ainda apreciá-lo. Atraem-nos a altura, não os degraus; com os olhos fixos no pico caminhamos de bom grado pela planície. Só uma parte da arte pode ser ensinada, e o artista a necessita por inteiro. Quem a conhece pela metade engana-se sempre e fala muito; quem a possui por inteiro, só pode agir, fala pouco ou tardiamente. Aqueles não têm segredos nem força; seu ensinamento é como pão cozido, que tem sabor e a sacia por um dia apenas; mas não se pode semear a farinha, e as sementes não devem ser moídas. As palavras são boas, mas não são o melhor. O melhor não se manifesta pelas palavras. O espírito, pelo qual agimos, é o que há de mais elevado. Só o espírito compreende e representa a ação. Ninguém sabe o que ele faz quando age com justiça; mas do injusto temos sempre consciência. Quem só atua por símbolos é um pedante, um hipócrita ou um embusteiro. Estes são numerosos e se sentem bem juntos. Sua verborragia afasta o discípulo e sua pertinaz mediocridade inquieta os melhores. O ensinamento do verdadeiro artista abre o espírito, pois onde faltam as palavras, fala a ação. O verdadeiro discípulo aprende a desenvolver do conhecido o desconhecido e aproxima-se do mestre.”
(Goethe, em "Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister")


Eu poderia gastar inúmeras palavras pra tecer comentários sobre cada frase dessa chamada "Carta de Aprendizado", mas creio que não é pertinente gastar tantas palavras para isso enquanto os pensamentos continuam se perdendo. Não é minha pretensão obrigar alguém a concordar com tudo que está escrito acima, mas apenas gostaria de refletir sobre isso.

Embora eu considere estar sempre em um constante aprendizado das coisas, ultimamente tenho sentido que a atual fase de aprendizado está chegando ao fim para dar início a uma nova. Resta saber se essa nova fase resume-se em novos anos de aprendizado, ou talvez anos de viagens para aplicar o que eu aprendi até agora. E nessa dúvida surgem perguntas: O que eu aprendi nesses anos? Será que isso foi suficiente para iniciar essa nova etapa, ou eu devo me preparar melhor para o futuro? Irei dispor de tempo para esse preparo antes que o futuro se faça presente? De fato, é muito difícil agir de acordo com o pensamento, principalmente quando ele está tão confuso. Pensar talvez não seja algo difícil, mas pensar de maneira coerente de fato o é. Também gostaria de estabelecer um significado mais oportuno para a palavra pensar em um futuro próximo.
Acho que a única coisa que eu realmente aprendi foi a imaginar como as coisas podem ser. Isso não quer dizer que elas serão do jeito que eu imaginei, mas que elas talvez podem ocorrer dessa forma, e isso pode trazer certos benefícios para a alma, para a mente e para o coração. Uma realização completa. Esse "ato de imaginar possibilidades" nada mais é do que o próprio devaneio. E todos os dias eu tento descobrir qual seria a forma de, após imaginar algo, envidar esforços para projetar essa possibilidade no plano das coisas reais.

Devo parar por enquanto, a mente também pode se desgastar, e como ela é quem vai fazer parte do aprendizado, pode não aproveitar algumas reflexões. Peço desculpas pela digressão na sequência dos pensamentos, mas procuro retratar da forma mais fiel possível a ordem em que eles ocorrem, de maneira que esse registro seja um retrato da minha mente. "O melhor não se manifesta nas palavras", diz a carta, mas estou tentando aprender como me manifestar pelas ações e pelo espírito. Quando conseguir tal feito, não será mas necessaria a existência de um espaço para "registrar" e talvez "organizar" pesamentos, porque de fato eles serão transformados em ações.

Agradeço a paciência e espero ter despertado alguma curiosidade em você, leitor(a) para tentar entender tudo isso, quem sabe eu não seja o único que vive nesse eterno devaneio necessitando aprender qual a função de tudo isso...

6 comentários:

Letícia disse...

Oi, Jé!!!
Vc deveria escrever no final de cada post quantas foram!
You know what I mean... hahaha!!
Brincadeirinha!!!!

Vitor disse...

Realmente me identifico com esse perfil que vc traçou sobre vc mesmo. Também sou um excessivo pensador e indagador da vida...
Parabéns pelo blog e espero que questione mais, escrevendo mais e despertando novos sentidos!

Karina Ono disse...

Ae Marcio vou acompanhar sempre pra saber o q rola dentro dessa "cabecinha"
aehuehuaheuaheuhaeuhaueha

Hideki disse...

Oi quer tc?

Hideki disse...

*Gaham...* após ter lido o texto eu posso dizer algo mais pertinente não acha?
"Quando as peças do quebra-cabeça não fazem sentido, afasta-se a cabeça"

Anônimo disse...

você não é o único mesmo, rapaz.
bem, está bom, realmente bom. a exposição das idéias está clara, e talvez o fato de algumas delas já serem, ou já terem sido, comum a mim, ajuda um pouco.

vou fazer um comentário mais extenso por email, pode ser?

continuarei lendo, mas não agora. então vou postando os comentários conforme a coisa for andando.

demais, nunca li esse livro do Wilhelm, e nem sei até que ponto vai a relação dele com o do Werther (apesar de eu já estar imaginando mais ou menos como eu gostaria que fosse...). Busca-lo-ei depois que terminar minhas leituras menores atuais! ;)

^^